Dom Bosco não foi um ‘santo social’. Porque os ‘santos sociais’ não existem, como nunca existiram em Turim nos anos 1800. Essa é uma acepção modernista, na falsa convicção de que a relevância, mesmo religiosa, de uma pessoa e/ou ação dependa em particular dos benefícios materiais e socioeconômicos que tal relevância pode trazer à coletividade, sobretudo às classes sociais mais necessitadas. É desse caldo de cultura que nasce o conceito de ‘opção preferencial pelos pobres’, quando a Igreja sempre tem feito uma ‘opção preferencial em favor de cada um’, independente de qualquer consideração socioeconômica, consideração aliás que sempre teve valor unicamente instrumental para a salvação da alma de cada pessoa. Como todos os santos, Dom Bosco era animado por um fogo de caridade, quer dizer, pelo amor de adoração para com Deus, e pela amorosa obediência ao Onipotente, pelo fogo de amor para com o próximo. Tudo o que ele fez pelos outros foi unicamente reflexo do seu amor à Trindade. É preciso, no entanto, fazer um esclarecimento: o amor de Dom Bosco para com o próximo sempre teve como intenção única salvar as almas; para tanto, o restante não passava de instrumento.