América a Bem ou a Mal - é um retrato ponderado, lúcido e crítico da identidade nacional americana e das tradições culturais que estão na base da política externa dos Estados Unidos. Segundo Anatol Lieven, a partir do 11 de Setembro, as relações externas deste país têm sido moldadas pelas características especiais dos nacionalismos predominantes. Por um lado, muitos americanos vêem-se como os grandes defensores dos princípios da liberdade, da democracia, do individualismo e da primazia da lei. Mas a convicção quase religiosa com que assumem este papel dá lugar a sérios perigos: a tendência para o messianismo, a convicção de que a América tem o direito, o dever e a capacidade para disseminar os seus valores e a sua democracia pelos outros países, independentemente das necessidades e desejos destes últimos. Por outro lado, a cultura política americana também inclui um nacionalismo chauvinista e belicoso, baseado numa visão da América enquanto comunidade cultural restrita, ameaçada por um mundo hostil e traiçoeiro. Lieven explica, então, a forma como estas duas perspectivas têm influenciado as opções estratégicas da política externa norte-americana, quer nas relações com a Europa e com o Médio Oriente, quer na luta contra o terrorismo. Na «Introdução» pode ler-se, aliás: «Ao mesmo tempo que mantém um lar esplêndido e acolhedor, a América também alberga uma família de demónios na sua cave. Normalmente mantidos sob certas restrições, esses demónios foram libertados pelo 11 de Setembro.