O pecuarista Agenor, nordestino de Arcoverde, Pernambuco, resolve escrever uma carta a um homem que admira. O destinatário é o Presidente de Portugal. Vencendo a timidez natural dos que tiveram pouca instrução, ele propõe que Lisboa aceite de volta o Brasil, cuja experiência como nação independente ele considera um fracasso. Às vezes coloquial e irreverente, escreve sobre a própria família, a solidão da velhice, os amores, o mundo de hoje, a política e, em especial, sobre o Portugal cujo futuro inveja, e o Brasil - que se esfuma em reminiscências, todas elas alinhavadas em micro histórias. Falar de distopia para Agenor seria um sacrilégio, visto que enxerga a si próprio como um resistente. Eis um relato pulsante sobre os tempos que vivem nossos países e o mundo, na ótica de um valente do bem, nascido para ousar.