Quando o assunto é a crise da masculinidade, a mídia normalmente se atém a aspectos superficiais da questão, como o conceito inventado de metrossexual, o sucesso dos medicamentos contra disfunção erétil ou a eterna pré-adolescência do homem moderno. Em 'Domados', a historiadora e jornalista Susan Faludi mostra que a masculinidade é uma construção cultural variável e nem sempre necessária. Os homens, vistos como guardiões da fortaleza, são, na verdade, moldados por ela, fato que nem eles, nem as mulheres parecem notar. Para chegar a tal conclusão, a autora investiga a história da sociedade americana no século XX e identifica o baby-boom dos anos pós-Segunda Guerra como o momento em que os tradicionais valores masculinos começaram a ser traídos e implodidos. Em seu livro, Susan Faludi não está interessada no embate cultural entre homens e mulheres. Sua pergunta é - por que os homens se recusam a se engajar em sua própria causa? Por que eles não tentam reverter o esvaziamento de sua masculinidade? Por que eles não se revoltam, como as mulheres fizeram? Para encontrar as respostas, a autora leva o leitor a um mergulho nas vidas pessoais dos funcionários demitidos de um estaleiro desativado pelo governo americano; dos integrantes de uma torcida que foi abandonada por seu time de futebol; dos cadetes que lutam contra a entrada de mulheres nas academias militares e mantêm travestis como amantes; entre outros.