As atitudes e os comportamentos diante da morte mudaram de acordo com as diferentes épocas e as diferentes sociedades. De maneira geral, em todas elas, diversas práticas rituais acompanham o evento, preenchendo-o de carga simbólica. Uma vez que o conceito de morte é também histórico – transformando-se no decorrer do espaço-tempo e refletindo variadas visões de mundo em eras passadas – foi possível começar a produzir sua historiografia, ou seja, registros sobre a maneira como os grupos humanos vivenciam a morte. Neste livro, a pesquisadora Juliana Schmitt analisa a morte e suas representações sociais no século XIX.A morte é inabordável. E, por isso mesmo, ela suscita as mais profundas interrogações. A prova disso está na insistência com que se investiga o mistério da finitude, seja na filosofia ou nas ciências humanas, nas artes ou na literatura. Empresa vã já que se trata decididamente de um enigma insolúvel, ao qual só acedemos pelas bordas externas sem qualquer chance de conhecer o outro lado. Todavia, cada tentativa de abordar a morte traz consigo uma intenção oculta, primordial, implicando um sentido cuja amplitude muitas vezes nos escapa. Assim, o tema morte é um assunto recorrente nas obras de vários artistas, escritores e pensadores.