A dor é uma das coisas mais importantes da minha vida. Em meados dos anos 1980, Marguerite Duras encontra, nos armários de sua casa de campo, uma série de diários escritos na juventude. Nestas páginas, tomadas por uma pequena letra e rasuras, ela descreve a angústia vivida durante a Segunda Guerra Mundial, diante da França ocupada e da espera dilacerante pelo retorno de seu marido, Robert Antelme, preso e enviado para um campo de concentração na Alemanha. Entre a memória e a literatura, Duras desenha todo o contexto em que circulam pelas ruas de Paris membros da polícia nazista, uma elite francesa colaboracionista, milicianos e resistentes personagens reais da história, como ela, que busca notícias do marido em almoços com um membro da Gestapo e participa da sessão de tortura de um delator ao lado dos companheiros da Resistência. O testemunho e a emoção dos acontecimentos vividos fazem de A dor uma das obras mais importantes da autora, como ela mesma declara. Edição com o [...]