A preocupação tardia com o que Hannah Arendt denominou as atividades da vida do espírito relativas à ação, à ética e à política, toma forma consistente após o julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém. Em A Condição Humana, a filósofa pergunta: o que estamos fazendo? E atesta uma preocupação que perpassará toda sua a obra: a distinção do agir político comum. Já em A Vida do Espírito, ela nos desafia a uma fenomenologização da vida contemplativa, cujo ângulo privilegiado é a visibilidade dos atos e da linguagem. A questão crucial é: como o sujeito se singulariza na comunidade política, pergunta que nos encaminha a uma práxis ética da visibilidade, a uma ética da responsabilidade pessoal. Assim, Arendt nos convoca a realizar uma constante prestação de contas de nós mesmo, na nossa relação com os outros e com o mundo. Uma ética que abre a possibilidade de reproblematizar o pathos entre self e mundo comum, entre consciência e experiência – os pilares à inspiração de uma nova simbologia ética na política.A preocupação tardia com o que Hannah Arendt denominou "as atividades da vida do espírito" relativas à ação, à ética e à política, toma forma consistente após o julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém. Em A Condição Humana, a filósofa pergunta: "o que estamos fazendo?" E atesta uma preocupação que perpassará toda sua a obra: a distinção do agir político comum. Já em A Vida do Espírito, ela nos desafia a uma fenomenologização da vida contemplativa, cujo ângulo privilegiado é a visibilidade dos atos e da linguagem. A questão crucial é: como o sujeito se singulariza na comunidade política, pergunta que nos encaminha a uma práxis ética da visibilidade, a uma ética da responsabilidade pessoal. Assim, Arendt nos convoca a realizar uma constante “prestação de contas” de nós mesmo, na nossa relação com os outros e com o mundo. Uma ética que abre a possibilidade de reproblematizar o pathos entre self e mundo comum, entre consciência e experiência – os pilares à inspiração de uma nova simbologia ética na política.