O tema de Andréa Lisly Gonçalves, as alforrias, se não pode ser classificado como novidade historiográfica, foi tratado pela autora com notável envergadura. O objeto central do trabalho são as alforrias em Minas Gerais colonial e provincial, nos séculos XVIII e XIX, e ainda mais detidamente as alforrias na comarca de Ouro Preto. (...) Partindo das modalidades ibéricas de alforria, Andréa estabeleceu comparações entre as práticas vigentes em Lima, Cuba, Demerara e Estados Unidos, como dados prévios para o estudo das alforrias em Minas Gerais e Ouro Preto nos séculos XVIII e XIX. Não é ocioso registrar a de nenhum modo trivial capacidade da autora de convocar conhecimentos e metodologias, efetivamente, interdisciplinares para a realização do seu trabalho, que é, a um tempo, um estudo de história econômica, demográfica e social, em perspectiva comparada. Um trabalho em que o ofício do historiador se mostra pleno no ingente escrutínio dos arquivos, no qualificado domínio de vasta historiografia, como também não lhe escapam as contribuições das outras ciências sociais, mestre em Ciência Política que é.