Em O delírio de Turing, Edmundo Paz Soldán apresenta uma eletrizante trama em que a tecnologia é a protagonista. A cidade fictícia de Rio Fugitivo é o cenário de uma revolta social atípica contra o Estado e o neoliberalismo: hackers e código-breakers são os principais atores do conflito. Ao tratar deste tema, o autor boliviano reflete a agitação de sua terra natal e o impacto das novas tecnologias na sociedade. Estes dois elementos juntos compõem uma instigante história, que nos remete à Guerra da Água, travada na Bolívia em 2000, e ainda a atual guerra virtual empreendida pelo Wikileaks. O romance aborda importantes aspectos da história contemporânea e prova que a velha luta entre opressores e oprimidos nunca esteve tão atual.Política e suspense caminham juntos na narrativa tecida por Soldán. A cidade vive uma semana decisiva por causa de uma revolta popular contra o aumento do preço da eletricidade, estipulado pela multinacional Globalux. Em meio às tradicionais manifestações de rua, inesperadamente, surge uma nova forma de protesto que representa muito bem as mudanças operadas pelo século XXI: a guerra eletrônica.Os personagens mais distintos se cruzam para dar vida a este thriller social atípico: Kandinsky, filho de um mineiro, é o líder visionário de um grupo de hackers que combate o governo. Albert é o fundador da Câmara Negra, a agência estadual de segurança encarregada de decodificar mensagens secretas dos opositores durante a ditadura; Miguel Sáenz, também conhecido como Turing, em referência ao maior criptoanalista inglês, é o mais famoso código-breaker da Câmara Negra, o que não faz afastar suas suspeitas de que seu trabalho durante a ditadura não era tão inocente como ele pensava.A cidade mítica Rio Fugitivo vive uma semana decisiva por conta de uma revolta popular atípica - em meio às tradicionais manifestações de rua, a guerra eletrônica surge como uma nova forma de protesto. Em 'O Delírio de Turing', o mundo virtual torna-se o principal palco de conflitos reais, onde hackers e código-breakers declaram guerra ao poder e ao neoliberalismo.