Ecce homo, eis o homem, eis a testemunha, mediadora privilegiada e frágil da verdade a testemunha é mediadora? Poderia ser de uma verdade aduladora da emoção, mas não da razão. A tentação estética frequentemente leva a embelezar a realidade e a cair na apologia ou na hagiografia. Sem falar do falso testemunho ou do contratestemunho! A testemunha é frágil e mais frágil ainda é a sua verdade - sempre ligada visceralmente ao seu objetivo, sem por isso confundir-se com aquilo de que é testemunha. A testemunha não tem nada de novo a dizer; tudo se resume no modo de dizer. É assim que uma história individual se torna tocante e suscetível de engajar outros. Mais que uma estética, é preciso falar de uma ética do testemunho, que se revela prévia a toda ética da discussão em nosso tempo.