O Project finance vem ganhando relevância no mundo, e em especial no Brasil, como instrumento de financiamento e limitação de responsabilidade para projetos de infraestrutura em geral. É notório que, nos próximos anos, o Brasil precisará de vultosos investimentos em infraestrutura. O país se destaca cada vez mais como importante player no cenário mundial, sendo visto como referência principalmente dentre os países emergentes para investimentos estrangeiros, para não falar da iminência de grandes eventos esportivos a serem aqui sediados, como a copa do mundo da fifa em 2014 e os Jogos olímpicos em 2016, além de projetos de energia como a exploração de campos de petróleo e gás natural. É notório que o governo brasileiro não deve arcar, e nem tem capacidade financeira para tanto, com todos os investimentos necessários para o crescimento estruturado do país, bem como para as obras dos eventos esportivos supracitados. Portanto, a viabilidade de tais empreendimentos dependerá em grande parte da iniciativa e da capacidade de alavancar financiamentos do setor privado, que, na sua esmagadora maioria deverão ser estruturados pela lógica do Project finance. Bem por isso, é de todo conveniente a realização de um estudo sistêmico e pragmático do instituto em questão. O propósito específico deste trabalho está inserido nesse esforço, na medida em que se pretende examinar as estruturas societárias e contratuais mais comuns, via Project finance, aplicadas a projetos de geração de energia elétrica no Brasil.