Linguística e Publicidade são campos em perspectivas confluentes. Ao permear as bases da comunicação em massa, utilizam os subsídios da língua e os manejos da linguagem para chamar a atenção e obter a adesão do público aos seus propósitos comunicativos, através de um discurso. Apresentamos, nesta obra, um viés da construção de sentidos no gênero anúncio publicitário, para mostrar o processo linguístico-discursivo na produção de anúncios com temáticas diversas. Os fundamentos teórico-epistemológicos também são substanciais no projeto das análises, para que se possa flagrar as nuances e as configurações dos sentidos que vão ao encontro do público, interpelando-os a uma prática consumista e a uma condução igualmente ideológica sobre a escolha e a preferência de um produto ou de uma marca. E isso é um processo fascinante porque os gêneros publicitários não se esvaziam, eles se recriam para conquistar o seu espaço social e particular. Essa recriação incide no processo de uma construção de sentidos proeminente de conquista e convencimento, o que não é fácil. Por isso, são muitas as peripécias que a Publicidade cria para comunicar, divulgar e atrair o público. Cada texto pode ser desvendado como um acontecimento da linguagem e do discurso, como uma encenação estratégica. Em tempos em que as mídias sobrecarregam o leitor, é preciso ser sensível a produções pós-modernas, pois elas tendem a tornar tudo efêmero e saturado, como a publicidade, por exemplo. Embora seja considerada fugaz, compreendemos que a Publicidade, cristalizada nos gêneros promocionais, é, ainda assim, suficiente para trazer o leitor a um efeito extasiado de consumir, de querer, de ter, de ser, de devir e de dever, fazendo disso uma forma de viver, no sentido (filosófico) de que estamos sempre consumindo alguma coisa.