Neste livro, o autor busco a honra de literatura é evidenciar que o homem não é a fina flor da criação - essa é a ilusão de seu ser religioso - e sim Sicut palea, isso que Lacan almejava que um analista descobriria ser ao final de sua análise: nada, dejeto, estrume. E dessa condição de exilado das coisas, de falta do objeto, seu ser de desejo pode emergir. Isso é o que melhor a literatura nos mostra. Um mundo de desejos incandescentes, como de forma tão linda Vargas Llosa escreve. Então, por que alguém escreve? Cada romancista tem seus motivos. Salman Rushdie, o escritor indiano- muçulmano, autor de Os versos satânicos, alega que escreve para preencher o lugar esvaziado de Deus; Marguerite Duras para construir um exílio, uma pátria do verbo, ma pátria sem terra, sem nação, a mais sólida do mundo, a mais indestrutível.