Um livro para guardar sempre às portas do coração. E lê-lo será uma grande aventura para a sensibilidade do leitor. O amor, a solidão, a agonia e o mistério atravessam os séculos armo matéria-prima da alma humana. No contexto das literaturas em português -pode-se afirmar-este Quarteto dos Mistérios, Anmr e Agonias, dc Luiz de Miranda, seja pela temática universal que aborda, seja pela qualidade na elaboração da linguagem, é uma das raras obras líricas a equiparar-se cora a do clássico e sempre atual Camões. Este singular livro oferece ao leitor o que de melhor a poesia pode dar a quem valoriza o espírito como realidade humana e transcende José Édil de Lima Alves A poesia de Luiz de Miranda. Esta poesia pura e limpa, em que as palavras do poeta estão menos próximas dos instrumentos de percussão do que dos bandoneons e das flautas de puro sopro. O sopro às vezes suave como as brisas de sua cidade fluvial, às vezes violento como os ventos espantados do pampa. Tua poesia, como a dos oco-helênicos de Alexandria (vide Kavafis), é uma das poucas neste país em que se estrutura como num organum, a grande voz única e inumerável do homem que traz dentro de si, ao mesmo tempo, sua cidade e seu campo. É a mais alta voz poética do Rio Grande. A voz do homem do Rio Grande, homem polido da polis, cavalheiresco e urbano em seus galpões reiúnos, como gauchesco e magnífico nas praças de armas de sua cidade. Neste Quarteto, Luiz de Miranda alcança momentos dos mais altos da poesia brasileira de nossos dias, e tunda um Canto Maior-como os maiores que até hoje nos chegaram do sortilégio de vozes e visões do país do Rio Grande. Luiz de Miranda é o poeta medular do Rio Grande.