A prática da psicanálise evidencia a extrema dependência do indivíduo humano em relação a um punhado de sílabas ou sonoridades que determinam seu destino. Mas esse determinismo só se revela por ocasião de uma situação particular de interlocução: a sessão de psicanálise. O autor mostra que, ao desconhecer essa especificidade do dispositivo analítico, o psicanalista corre o risco de reduzir sua teoria a uma visão de mundo, ou a um sistema de crenças, e degradar sua prática por uma retórica da influência e da persuasão.