A obra que o leitor tem em mãos corresponde a uma exigência do pensamento jurídico na atualidade. Trata-se da exigência de uma abertura interdisciplinar em busca de outras referências teóricas e conceituais, de outras fontes de conhecimento e de inspiração para interpretação do Direito contemporâneo. Leituras compassivas, humanas e eticamente comprometidas com a realidade do Direito nos levam a tentar superar o isolamento e a esterilidade causados pelo positivismo jurídico, neopositivismo e seus desdobramentos. Esse movimento nos leva a buscar novas maneiras de ler e escutar o sofrimento do Outro, que permanece silenciado, não elaborado, aprofundado pelos traumas que o Direito positivado, o processo judicial, o aparato penal e as cortes jurídicas reiteram.