Jim Morrison não conheceu Tristan Corbière, que pena! O leitor brasileiro conhecerá o maldito da poesia que se perdeu ainda tão jovem através do texto de Emmanuel Tugny. Morrer como Corbière nasceu sob o signo da poesia maldita, como diria Octavio Paz sobre os poetas malditos, "são frutos de uma sociedade que expulsa aquilo que não pode assimilar". A vida tem em comum ao Morrison e a Corbière, talvez uma morte prematura. Corbière impressiona Tugny não por seu único livro, "Os amores amarelos", mas pelo encanto da vida na literatura. A obra única do Corbière teve a tradução no Brasil no final dos anos 90 do século passado. Não é fácil encontrar escritores assim por esse país, Corbière, Tugny, este que vem do seu criador, um anarco-criador, no texto e na música que faz sua obra sob a égide da linguagem, dos nomes, das formas, da cores em notas e que ainda escreve à mão pelos dedos de Emmanuel Tugny. Nada melhor do que o Tugny homenagear a vida deste outro poeta que veio ao conhecimento do público através de Verlaine, em 1884, com Les Poètes maudits. Morrer como Corbière é um romance que fragmenta a vida do escritor nas partes que compõem o texto, a forma vem como um barco que traz o alimento com a linguagem em direção as areias. O leitor se sentirá nesse barco, esse marinheiro ao encontro da terra. E nada melhor que conhecer o texto de Emmanuel Tugny nesse sonho de Tristan Corbière em Morlaix.