O Volume VII da série Socioambientalismo de Fronteiras retrata a preocupação existente com o modelo de desenvolvi­mento imposto à Amazônia, mais particularmente à Roraima, que possui realidade peculiar. Exemplo disso é a dependência da energia proveniente da Venezuela. O fornecimento inconstante impulsiona movimentações populares e políticas para a ligação do Estado ao sistema nacional. Entretanto, essas obras dependem de estradas que não raro atravessam terras indígenas. Estas unidades de conservação são frágeis e qualquer impacto pode provocar efeitos deletérios à biota e à cultura local, propi­ciando uma arena de embates acirrados entre o Estado e as Comunidades Indígenas, como se observa no processo de li­cenciamento de obras em execução na BR-174. Comunidades tradicionais citadinas, como os pescadores arte­sanais de Boa Vista, também foram afetadas por um modelo de desenvolvimento urbano que implicou na remoção de suas famílias de área de ocupação antiga na cidade, o bairro do Beiral. Essa realidade chega ao campo, onde se percebe outro con­flito: agronegócio versus agricultura familiar, contrapondo a monocultura como prática agrícola e como meio para a inte­gração cultural interétnica. É justamente esse cenário de embates que remete o público ao delicado panorama regional, alertando para os [perigosos] caminhos que se pretende seguir.