Pensar o mal é talvez uma das tarefas mais urgentes de nosso tempo. Os fenômenos e atos totalitários do século XX, para além da indignação que causam, convocam a filosofia a repensar a ética, a política e o significado da existência humana. Mas como se pode dizer que o mal é ou existe, se esse mesmo dizer já traz consigo concepções que colocam o mal como algo subordinado ao bem ou ao ser? Questão das mais espinhosas, essa problemática é enfrentada com vigor nesse livro de Denis L. Rosenfield. A partir do terror que comandou os atentados ao World Trade Center em 2001, Rosenfield procura diagnosticar problemas e explicitar os conceitos de ação humana, mal e existência, em uma abordagem que recusa as acepções preexistentes, tanto morais quanto religiosas. O livro oferece diferentes perspectivas a partir das quais ações e comportamentos podem ser ditos e vividos como maus. Refletindo sobre aquilo que causa o horror, revela a filosofia em seu papel de traduzir os fatos em conceitos, em proposições que se incorporam e dão forma a toda uma concepção de mundo.