Um país para morrer é formado sobretudo por diálogos, o que pressupõe uma série de encontros. Só conversa quem se dispõe a estar diante do outro. Uma mulher se prostitui para solda - dos franceses durante a ocupação na Indochina enquanto tenta convencer um deles a acompanhá-la à Índia. A personagem principal do livro encontra um jovem iraniano desfalecendo no metrô de Paris e o acolhe, para depois ouvir (e ler) sua história de perseguição e fuga. Os encontros aqui não são apenas entre pessoas. Como diálogos pressupõem movimento, já que são um vai e vem, as personagens estão o tempo inteiro se deslocando. O encontro que elas têm com sociedades estrangeiras, por exemplo, nunca é pacífico. A percepção de Abdellah Taïa é clara: países que exploram outros fazem o mesmo com os corpos estrangeiros.