Terceiro título da coleção Caras e Máscaras, que reúne os premiados Tuhu, o menino Villa-Lobos e Os meus balões - O incrível encontro de Júlio Verne e Santos Dumont, Viva o Zé Pereira!é mais um texto teatral da consagrada atriz e diretora Karen Acioly a chegar às livrarias, pelo selo Rocco Jovens Leitores. Depois de narrar a trajetória do maestro Villa-Lobos e de criar um encontro imaginário entre o inventor do avião e o autor de Cinco semanas num balão e outras aventuras fantásticas, no novo livro Karen conta um pouco da origem do Carnaval no Rio de Janeiro a partir da história do português José Nogueira de Azevedo Paredes. Diz a trdição que o tal sujeito era um sapateiro português assentado na então capital da colônia em meados do século XIX. Certa feita, com saudade das festas de sua terra natal, o sapateiro saiu tocando seu bumbo pelas ruas da cidade, e acabou juntando o povo num grande festejo. Em pouco tempo, o bumbo ganhou a companhia do tambor, da caixa, da zabumba e do tamborim; o grupo virou cordão; a rima virou música; e o confete chegou para colorir ainda mais a festa. Nascia assim, em 1850, o primeiro Zé-Pereira nacional. Segundo o músico, professor e pesquisador Oscar Bolão - que fez o papel título na peça escrita e dirigida por Karen Acioly em 1998 e assina a orelha do livro -, os chamados Zé-Pereiras são herdeiros dos grupos característicos das festas e romarias do norte de Portugal. Durante o Carnaval, "eles infernizavam as ruas com suas caixas de rufo e bombos", e assim o termo passou a ser usado para designar qualquer tipo de folguedo popular acompanhado de zabumbas e tambores. Mas foi em 1896, com a montagem da comédia O Zé Pereira carnavalesco, uma paródia da peça francesa Les Pompiers de Nanterre, que a tradição do Zé Pereira se tornou ainda mais popular por aqui, imortalizada na quadrinha criada por Francisco Correia Vasques, responsável pela adaptação da canção original: "Viva o Zé Pereira / Que a ninguém faz mal / E viva a bebedeira / Nos dias de Carnaval!" Ô abre-alas que o Zé Pereira quer passar e contar essa história cheia de alegrias, ritmo e tradições para os pequenos!