Os profissionais da pesquisa social, preocupados com a qualificação de seu trabalho, sentem-se cada vez mais desafiados a explicitar a sua opção epistemológica e metodológica, o que vem produzindo um razoável número de publicações voltadas à metodologia de pesquisa. Em sua trajetória histórica, a pesquisa ação e a pesquisa participante têm um lugar de destaque na busca de alternativas metodológicas, muitas vezes confrontando parâmetros teóricos e práticos das metodologias clássicas. O objetivo deste livro é contribuir com subsídios de experiências de pesquisadores identificados com essa proposta metodológica que, dentro da diversidade de perspectivas, apresenta também importantes convergências. A pesquisa ação tem a sua origem marcada pela inserção nas lutas sociais. No começo encontra-se a figura de Kurt Lewin, um psicólogo social judeu alemão, que migrou para os Estados Unidos em função da perseguição nazista e que tinha como pressuposto a construção de uma sociedade democrática. No artigo Action Research and the Minority Problems, de 1946, no qual o conceito pesquisa ação aparece pela primeira vez, ele escreve que do ponto de vista social não basta que as organizações universitárias produzam novos insights científicos. Será necessário que instalem procedimentos de apreensão de fatos, olhos e ouvidos sociais dentro mesmo dos organismos sociais atuantes.