Como todos sabem, apesar de a porta ter estado sempre aberta, o camponês temendo o guardião e os outros, mais fortes ainda, que o sucederiam nunca se atreveu a violar a proibição. Após anos aguardando, já velho, o camponês morreu diante da porta da lei; o guardião a fechou e foi-se embora. E se alguns dias depois aparecesse por lá outro camponês, mais experiente e menos reverente, que abrisse a porta da lei e ousasse cruzar seus umbrais...Ao contemplar o que há por dentro da lei, ele poderia se perguntar: O direito é uma ficção? Quem escreveu a lei? O juiz é um historiador-tradutor-intérprete? Afinal, qual o papel do jurista? Essas são algumas das questões que emergem dos dois temas centrais deste livro Nada no direito é extraficcional, apresentado por José Calvo González; e Fatos, relatos e interpretações, abordado por Lenio Luiz Streck[...]