O economista perfeito - escreveu Keynes - deve possuir uma rara combinação de predicados. Ele tem que ser, de algum modo, matemático, historiador, homem de estado, filósofo. Deve contemplar o particular em termos do geral, e tocar o abstrato e o concreto na mesma linha de raciocínio. Deve estudar o presente à luz do passado, tendo em vista o futuro. Nenhum aspecto da natureza humana ou das suas instituições deve ficar inteiramente fora da sua observação. Deve ser simultaneamente comprometido e desinteressado; tão distante e incorruptível como um artista, embora por vezes tão próximo da terra como um político. A ciência econômica foi, ao longo de dois séculos, uma ciência política (o mercado é uma instituição política?). Não pode ser vista como uma técnica, porque os problemas que se colocam à ciência econômica não são problemas técnicos, mas problemas políticos. A ciência econômica tem que assumir-se como Economia Política.