Neste momento, vivemos assolados pelas misérias que nossa civilização cultivou - violência inaudita nas cidades e campos, um terrorismo insano desafiando os mais básicos fundamentos da humanidade, injustiça, desigualdade, opressão, discriminações e intolerância de todo tipo. Para piorar, a destruição do meio ambiente e das espécies vivas, nas últimas décadas, aponta um perigo ainda maior, o risco de um cataclisma planetário. Um quadro verdadeiramente desolador, que reflete a notável tendência tanática da espécie humana, sua aterradora capacidade destrutiva e auto-destrutiva. O desfecho dessa crise é imprevisível. Tanto podemos estar nos condenando, e ao nosso planeta, à extinção, a uma inimaginável imolação coletiva com o fim dos seres e das coisas, do pensamento, das culturas, da história, como podemos estar vivendo as dores de parto de um mundo novo que se aproxima. Isto significa uma verdadeira revolução, como propõe Leonardo Boff. Uma revolução baseada num humanismo radical, que construa as bases de um mundo mais fraterno, mais espiritualizado, mais amoroso. Uma revolução que, à crise, responda florindo, brotando, frutificando um novo pacto terrestre. Uma revolução, enfim, radicalmente humana.