O silêncio foi profundo após o primeiro tapa. Apenas as buzinas dos carros podiam ser ouvidas. Mas ele foi tão sincero quando me pediu perdão, jurou que isso não aconteceria de novo. Eu acreditei. Cresceu em um período de muita repressão militar. Censuras, dogmas e paradigmas. Ainda adolescente, seu pai desapareceu. Tudo que se sabia era que havia sido retirado à força da escola onde trabalhava sob acusação de subversão, assim como no caso da estranha morte prematura do jornalista. Aos seus 72 anos, Cecília conversa com seus fantasmas e seu pai pede: Me tire dessa câmara fria, estou congelando! Me tire desse inferno. E seu primo apenas repetia: Covardes, covardes, covardes. As trombetas anunciam a chegada da noiva. As portas se abrem sob a marcha nupcial. Cecília, uma jovem de 17 anos apaixonada por Carlos, anos mais velho que ela, autoritário e com perfil psicopata. Prometo amar e honrar meu marido até que a morte nos separe. [...]