Ser ou não ser igual a todas as outras pessoas? Eis a questão. Quem já não se fez essa pergunta? E essa é, na verdade, a pergunta que, parodiando Hamlet, personagem de Shakespeare, atormenta Raskólnikov, o protagonista de Crime e castigo, romance de Fiódor Dostoiévski, publicado no século XIX. Raskólnikov é um jovem que teve que abandonar os estudos por falta de dinheiro. Sem perspectivas, perambula pelas ruas, observando as pessoas à sua volta. Ele é um pensador, mas está passando fome e não consegue pagar o aluguel do cômodo estreito em que vive. Raskólnikov sente-se oprimido pela pobreza. Mas o pior de tudo é que essa situação dramática e humilhante contradiz sua crença pessoal de que ele é diferente da maioria dos homens e está destinado a um grande futuro. O jovem se transforma num caldeirão de ódio prestes a explodir. Convicto de que a moralidade comum não se aplica a ele e de que precisa agir para o bem da humanidade, comete um crime bárbaro. No entanto, o seu caminho de [...]