Comunidade e Comunicação traz ao leitor uma análise crítica orientada por um pensamento que problematiza a ideia de comunidade enquanto substância comum (território, língua, cultura etc.), evidenciando o limite para o surgimento de novas formas de organização social e luta política no contexto comunicacional. Esse conceito tem sustentado práticas conservadoras de sociabilidade, porque se fundamenta em relações tutelares e autopreservativas. Nesta obra, o autor analisa a emergência e a popularização desse conceito no século XX, sua valorização pelos estudos que exaltam a intersubjetividade, o consenso e a intervenção governamental. Apresenta também uma crítica à natureza essencialista (ou substancialista) do conceito que permite legitimar práticas sociais totalitárias e inquisitórias. O autor sugere que a chave para a repolitização dessa concepção no século XXI está na comunicação, porém definida não como prática enunciativa do sujeito, mas como experiência radical da vinculação, a abertura às demandas existenciais minoritárias.