Nota-se que os versos de Breves & Dissimulados não foram concebidos na mesma época, seja pela inconstância da flexão verbal ou pela variedade dos assuntos que abordam, visitando com menos freqüência o estilo culto da linguagem do que o coloquial, não levando a crer que possam ter unicidade centrada em um mesmo tema. Se é ou não uma antologia, convenhamos, plano secundário. Importa declarar, sim, é que Breves são eles quando não ultrapassam a efemeridade de um sorriso, e basta, ou quando se reconhecem em exata medida, sob o comando da Poesia onde a "concisão fala mais". Dissimulados, pois atocaiam envoltos em sonsice velada pela sonoridade simplória, que parece que esquenta quando encosta, feito o calor de uma "transa sacaninha", e armam ciladas quando folgam a corda e lançam um "E quem é que vai dizer / o que você não pode comer?", para depois sentenciar um casual hipertenso, que "percebe que não pode lamber / nem o sal do pranto, / que faz o nariz escorrer.". Entretanto, só você, que agora percorre estas linhas, é o ser capaz de decidir se os versos de Breves & Dissimulados cumprirão ou não um caminho perdurável e sincero.