Américas transitivas e as redes do literário, de Isabel Jasinski lança o olhar sobre alguns escritores latino-americanos, buscando potencializar o nome, a ação e o locus com a sensibilidade atenta ao fluxo do movimento, onde habitar é transcursividade, não exclusividade. Mario Bellatin, Maria Alzira Brum, Rey Andújar, Dani Umpi, Douglas Diegues são artistas que vivem a arte cada qual como uma condição transitiva do seu corpo e da sua palavra, modo de inserção no real que não privilegia uma linguagem isolada, nem um gênero, nem mesmo um espaço, uma identidade ou uma origem, mas sim o desejo que impulsiona em direção ao outro, associando a ética do compartilhamento à ação transitiva por meio do afeto e do afetamento. Essa é a condição do nomadismo, que se constitui no espaço do trânsito e inaugura novas comunidades ao instaurar redes de relação. Os percursos, modos e meios desse movimento são imprevisíveis, mas pode-se considerar que eles respondem a singularidades que os movem. (...)