A finalidade maior da educação é promover o crescimento pessoal, individual e coletivo do ser aprendente, favorecer o desenvolvimento humano, colaborando para a evolução de sua consciência e de seu espírito, mediante a participação ativa, reflexiva, prazerosa e criativa em atividades educacionais de naturezas diferentes (Moraes, Maria Cândida, 2008:251). Isto nos indica que em todo processo educacional convergem, se relacionam e interagem, de forma interdependente, ao menos três tipos de processos. De um lado, processos de ensino-aprendizagem, de outro, processos de orientação-desenvolvimento e, integrados profundamente a ambos, processos vitais- espirituais, criativos e de construção de sentido. Estes três processos, simultâneos, integrados e contextualizados nas relações e interações ocorrentes no ciclo indivíduo/sociedade/natureza, são os que fazem da educação, não apenas uma necessidade vital a ser atendida e garantida pelos Direitos Humanos Universais, mas também um fenômeno biopsicosssocial, já que unicamente educando-nos permanentemente é que poderemos preservar a vida na Terra e assegurar nossa sobrevivência como espécie, desenvolvendo-nos plenamente como seres humanos. A partir desta perspectiva, uma concepção ecossistêmica e transdisciplinar da Psicopedagogia e da Orientação Educacional necessariamente tem que ir muitíssimo mais além das visões míopes, unilaterais, estreitas, especializadas e clínicas que tem sido e segue sendo, em grande parte, as que predominam no cenário educacional da maioria dos sistemas escolares nacionais e internacionais. Necessitamos, portanto, de um novo olhar capaz de recuperar e reconstruir aqueles valores humanos e sociais que deram origem à Psicopedagogia, para que possamos situá-la novamente a partir de perspectivas mais coerentes às funções sociais de ajuda ao aluno que dela necessite e que, dadas às novas realidades sociais e culturais emergentes, exigem por parte dos profissionais da educação, funções mais globais [...]