Trata-se do relato ao mesmo tempo duro e irônico de um marinheiro que, privado de seu passaporte, por circunstâncias alheias a sua vontade, também perde a cidadania nacional. E os direitos humanos mais básicos. As suas aventuras sempre perigosas, no limite da sobrevivência, se constituem como uma extraordinária epopeia dos proletários do mar – em oposição às mais conhecidas até então, que tratavam apenas dos capitães, aristocratas e proprietários das embarcações. Assim, tendo um trabalhador como herói, o livro confronta as verdadeiras necessidades humanas com as exigências arbitrárias da burocracia e da política nacional e internacional, no período posterior à Primeira Guerra Mundial. O resultado é uma das maiores obras-primas internacionais do século xx. A primeira edição de O Navio da Morte em língua alemã foi feita em Berlim, em 1926.