Ciente de que a recepção dos textos sagrados confere-lhes sentidos distanciados de seus contextos histórico-sociais, o autor compreende a função instrumental de Gênesis 1,1-3 em seu próprio tempo e lugar: o que é que os responsáveis pela sua redação e instrumentalização social estavam dizendo de fato quando compunham o mito? O que significava falar de "criação"? O que, de fato, era a "criação"? O que, de fato, se estava a criar? A resposta que o livro nos apresenta constitui uma ousada assertiva, se considerado o povo de Judá: a "criação" é Jerusalém e seu conjunto geopolítico.