Esta obra é resultado de um estudo que procurou problematizar a relação entre a constituição das identidades homossexuais de homens adultos e suas vivências em espaços educativos formais, não formais e informais. Como ponto de partida para o desenvolvimento do estudo, foram formuladas questões que focalizam percepções e sentimentos desses homens adultos em relação a si próprios e aos outros, tendo em vista suas vivências nesses espaços educativos e, especialmente, suas experiências de discriminação e resistência. Apoia-se teoricamente nas contribuições da Psicologia Social Crítica (Ciampa, 2001; Jacques, 1998) e nos estudos de Trevisan (2000), Green (2000), Mott (2003), Nunan (2003) e Santos (1997). O método utilizado é uma análise compreensiva de base fenomenológica (Giorgi, 1978; Bernardes, 1989) e os sujeitos foram oito homens adultos que se identificavam como homossexuais. A compreensão do processo de constituição das identidades homossexuais emerge na trama dos temas que pretendem penetrar as essências do fenômeno, assim organizados: vivências em espaços educativos formais e não formais; vivências em espaços educativos informais; percepções sobre homossexualidade; experiências de discriminação e resistência. As reflexões elaboradas sustentam a tese deste trabalho: as vivências em espaços educativos formais, não formais e informais, de homens adultos que se consideram homossexuais, especialmente as que envolvem preconceito e discriminação, marcam a constituição das identidades desses sujeitos à medida que produzem maneiras singulares deles relacionarem-se consigo mesmo e com o mundo. O esforço de superação da condição de discriminação e preconceito, o qual pode configurar movimentos de resistência nos planos individual e social, imprime significados distintos na constituição das identidades homossexuais desses sujeitos.