Publicado em 1919, Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá é um dos livros mais maduros de Lima Barreto. Observador astuto do cenário nacional, Barreto constrói um debate sobre a formação de uma elite europeizada, sem vínculos com a história brasileira. A narrativa é feita pelo personagem Augusto Machado com base em seus diálogos com aquele que dá título ao livro: Gonzaga de Sá. Ao mesmo tempo, a obra remonta à biografia de Gonzaga um intelectual que não se alinha ao meio acadêmico e despreza a política de branqueamento da elite nacional do início do século XX. Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá traça, de modo exemplar, um retrato tanto da aristocracia carioca de seu tempo como da situação desesperançada das classes populares.