"UM MAQUIAVEL QUE NÃO É O SINÔNIMO DO MALEste livro, magnificamente bem escrito, mostra o lado oculto des­te que é um dos mais célebres ícones da filosofia política em todos os tempos. Seu nome transformou-se em adjetivo e sua celebri­dade é alicerçada por uma frase que ele jamais escreveu: s fins justificam os meios... Desde sua morte, em 1527, não paramos de lê-lo, apesar das calú­nias e das censuras. E sempre para que ele nos arranque do torpor. Nisso por que não?, Maquiavel é implacável como o sol de ve­rão. É o astro que inspira sua prosa contundente, que lança sobre tudo uma luz tão crua que torna as arestas mais vivas. Nietzsche o disse melhor do que ninguém, em Além do bem e do mal: Ele nos faz respirar o ar seco e rarefeito de Florença e não consegue evitar a exposição das mais sérias questões ao ritmo de um indomável allegrissimo, não sem desfrutar, talvez, de um perverso prazer de artista ao ousar o seguinte contraste: um pensamento embasado, difícil, duro, perigoso, e um ritmo galopante, de um bom-humor endiabrado.