Primeiro, Alexandre, o Grande, e depois os Romanos tentaram unir a Europa e a Ásia numa única civilização. Com a conversão do Ocidente ao cristianismo e grande parte do Oriente ao Islão, teve início uma contenda feroz entre estas religiões. Séculos mais tarde, o conflito passara para a esfera do pensamento – a racionalidade do pensamento científico ocidental por oposição aos que procuravam orientação na palavra de Deus. O século XIX assistiu ao desaparecimento dos grandes impérios muçulmanos: os Otomanos, os Mogóis e os Sefávidas. Em contraste, o Ocidente controlava agora grande parte da Ásia. E a tentativa de misturar o Islão e o modernismo ocidental desencadeou um conflito no mundo islâmico entre reformadores e tradicionalistas que persiste até hoje. A oposição entre o Ocidente e o Oriente não só dura há mais tempo do que qualquer outra, como a sua mera existência moldou a própria percepção de si mesmo do Ocidente, livre, secular e democrático, que vê no Outro o inverso destes valores.