Acredito que o este livro possa ser lido de três formas, isto é, que há nele de certo modo três livros diferentes. Em primeiro lugar, trata-se de um livro introdutório ao pensamento de Jacques Derrida sobre o direito, centrado no seu principal texto sobre o assunto. Em segundo, de um livro sobre a questão da relação entre direito e violência, inserindo-se, assim, no intenso debate contemporâneo sobre o tema, em que se destacam figuras como o próprio Derrida, Giorgio Agamben e Judith Butler. Finalmente, trata-se de um livro historicamente situado, que procura responder a acontecimentos muito recentes, inserindo-se no debate sobre junho de 2013 e tudo aquilo que se seguiu. No primeiro caso, tomam especial importância o capítulo 1, como introdução a Derrida, e os capítulos 2 e 3 como explicação de Força de Lei, seu principal texto sobre o direito. No segundo, os capítulos 2 e 3 formam o centro do argumento, restando o capítulo 4 como um tipo de ilustração ou concretização da discussão feita, antes, em abstrato. Na terceira chave de leitura, é claro, o capítulo final é o decisivo, embora os capítulos anteriores sobretudo os do meio sejam essenciais para tornar mais claro o vocabulário ali mobilizado.