Glória ainda que tardia ou Alvarenga Peixoto, o poeta de Bárbara Ana Maria Goulart BustamanteBárbara bela,Do norte estrela, Que o meu destino Sabes guiarEsses são os primeiros versos de um dos poemas mais importantes e característicos de Alvarenga Peixoto, esse grande desconhecido. Nas histórias da inconfidência mineira, raramente se menciona que o poeta Inácio José de Alvarenga Peixoto morreu na prisão, na África, em agosto de 1792, apenas alguns meses após o enforcamento de Tiradentes, em 21 de abril. Os dois participaram da composição da bandeira da revolução: a ideia do triângulo vermelho é de adentes, e o lema extraído de Virgílio - Libertas quae sera tamen é citação devida à erudição de Alvarenga Peixoto. Faz-se aqui a leitura de toda a obra de Alvarenga, dos primeiros sonetos em Portugal aos poemas escritos na prisão, no Rio de Janeiro, em busca das ocorrências da palavra bárbaro e de seus cognatos. Descobre-se, por esse caminho, que a palavra teve o sentido transformado e revigorado na obra do poeta, assim como na língua portuguesa.