O livro que o leitor tem em mãos traz uma enorme contribuição para o conhecimento das singularidades que caracterizam as tramas do poder local, sobretudo aquelas tecidas por elites, grupos de famílias e movimentos sociais influenciados pela ala progressista da Igreja Católica, durante o período que vai do regime militar ao pós-redemocratização do país. Seu olhar busca captar o protagonismo de homens e mulheres das camadas populares liderados por jovens seminaristas e padres, forjados na perspectiva da Teologia da Libertação. No agreste pernambucano, tal experiência fica conhecida pelo nome de Teologia da Enxada, uma forma particular de práxis assumida pelos seminaristas com o desejo de contribuir efetivamente para a luta dos trabalhadores do campo, dos pobres e desvalidos da cidade contra a hegemonia política de elites tradicionais.