manuel antônio álvares de azevedo (nascido a 12 de setembro de 1831 em são paulo e falecido em 25 de abril de 1852 no rio de janeiro – maneco – como era chamado em família) é o poeta do mal do século, do spleen (melancolia), do cemitério, do sepulcro, da morte, do cadáver, do ultrarromântismo (pessimismo em relação à vida). foi assim que o jovem poeta (morto antes de completar vinte e um anos) passou à literatura brasileira, acreditamos que este fato carece revisão. para que esta pequena análise literária seja compreendida em seu cerne, precisamos apreender o significado das palavras humor no sentido de graça, ironia e alegria como euforia, contentamento. todos os poemas pertencem ao livro “lira dos vinte anos” (1853), obra máxima do autor. podemos dividi-los, para este trabalho, em poemas que mostram humor e ironia: e poemas que mostram euforia e contentamento. segundo álvares de azevedo, os poemas estão divididos em duas “faces”, que representam a contradição existente entre o bem (face ariel – 1ª e 3ª partes – poemas ingênuos, castos, inocentes de lira de vinte anos) e o mal (face caliban - 2ª parte). assim teremos: ai jesus! a cantiga do sertanejo (1ª parte: face ariel – poemas ingênuos e inocentes), spleen e charutos: vagabundo, a lagartixa e luar de verão (2ª parte: face caliban – poemas irônicos e sarcásticos), é ela! é ela! é ela! é ela! namoro a cavalo, dinheiro e toda aquela mulher tem a pureza (como determinam os ensinos literários, toda a vez que o autor não nomear o poema o primeiro verso será o nome do mesmo). em alegria teremos: no mar (1ª parte – face ariel), amor (3ª parte: face ariel), na várzea (3ª parte: face ariel), meu desejo (3ª parte: face ariel), terza rima (influência de a divina comédia de dante aliguiere – 1350 a 1412 – 3ª parte: face ariel), soneto “um mancebo no jogo se descora” (3ª parte – face ariel), soneto “ao sol do meio-dia eu vi dormindo” (3ª parte: face ariel), fui um doudo em sonhar tantos amores (3ª parte: face ar