Vencedor do Prêmio Jabuti em 2006, Mário Araújo não engana o leitor sobre o que este vai encontrar pela frente. A narrativa de abertura dá título e tom ao livro: num cemitério, um homem acompanha o remanejamento dos restos mortais de seus parentes, a fim de abrir espaço no jazigo da família para o corpo do pai recém-falecido. Em seguida, Araújo enfileira outros 19 contos marcados por observações da morte e da solidão. Segundo o autor, “de uma como da outra, pode-se afirmar que foram alijadas das conversas cotidianas, em um mundo dominado pela preocupação com a sobrevivência, com a fama e com o êxito econômico e profissional a qualquer custo. No livro, porém, merecem ênfase especial, pois entendo que a literatura deva recuperar os espaços excluídos da vida cotidiana, por meio da exploração do que há de trágico, de mágico e de sublime nas situações ditas corriqueiras.”