Eça de Queirós é reconhecido por público, crítica e academia como um dos maiores e mais habilidosos prosadores da língua portuguesa. Sua obra serve de tema para inúmeros estudos, já foi adaptada para cinema, rádio, teatro e TV, faz parte dos currículos de escolas e faculdades e é cobrada em vestibulares do Brasil todo, além de ter sido traduzida para vários idiomas. A esse conjunto o selo Tordesilhas acrescenta uma luxuosa edição da novela O mandarim, ilustrada pelo consagrado artista plástico argentino Alberto Cedrón e aberta por prefácio raro do próprio autor, escrito originalmente em francês. Além disso, cabe mencionar que o projeto gráfico é creditado à editora espanhola Libros del Zorro Rojo, também responsável pelas versões originais de A condessa sangrenta e Kamasutra, publicados pelo Tordesilhas em 2011. A escrita sóbria e aguda de Eça de Queirós narra a história de Teodoro, um jovem ambicioso que trabalha como amanuense em uma pequena repartição de Lisboa e sonha em deixar a vida modesta para trás. Uma noite, enquanto lê um livro em seu quarto de pensão, Teodoro é surpreendido pela personificação do demônio, que pede ao jovem para tocar uma campainha. A princípio, o pedido pode parecer inocente e até um pouco sem sentido, mas traz um fundo macabro. Caso Teodoro de fato toque a campainha, o mais poderoso dos mandarins morrerá do outro lado do mundo. Em troca, o português receberia a boa fortuna da vítima. Aos poucos, Teodoro se deixa convencer pelo discurso sedutor do diabo e, por fim, faz o que lhe é pedido. Resta-lhe agora conviver com as consequências do ato; entre elas, uma enorme riqueza e o fantasma de um mandarim.