Sobre Froissart e o tempo, não se trata de uma obra de exploração exclusiva do contexto factual do século XIV, mas de um mergulho no conhecimento da percepção e expressão de tempo, manifesto por uma individualidade reconhecida como uma das principais fontes para o entendimento da Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Froissart é um homem do relato, da narrativa, que se deixa abordar pela narração, no sentido que Paul Ricœur entendeu em Tempo e Narrativa. Sua obra cobre três quartos de um século (1325-1400)! Cabe apontar que, na perspectiva da concepção de tempo, Michel Zink explora o autor na sua integralidade. Em Froissart e o tempo, Froissart é um cronista que conta e um poeta que se reconta. O estudo da concepção de tempo ligada à narrativa se filia também a uma das discussões teóricas mais instigantes no campo da História nos dias atuais.