Fonte de inspiração para as mais variadas áreas, a mitologia nórdica influenciou uma legião de artistas na criação de suas obras, tal como o escritor inglês J. R. R. Tolkien e o argentino Jorge Luis Borges. Também o compositor alemão Richard Wagner utilizou as lendas vikings para compor a famosa tetralogia operística O Anel dos Nibelungos, que apresentamos sob forma romanceada de uma pequena novela. Artista ousado, Richard Wagner procurou sempre aliar em suas óperas o antigo e o moderno, dando às velhas lendas germânicas, de fundo pagão ou cristão, um tratamento formal inovador. O Anel dos Nibelungo, considerada por muitos como a obra-prima de Wagner, é sua obra mais expressiva e também a mais fascinante. Num exaustivo trabalho que durou cerca de trinta anos, criou dezoito horas de música, composta por quatro óperas interligadas: O ouro do Reno, A valquíria, Siegfried e O crepúsculo dos deuses, sendo as duas últimas mais intensas do ponto de vista dramático. Nestas histórias, não faltam ação, romance e até a presença de uma insuspeita veia cômica, já que a maioria dos personagens transitam pelo grotesco, numa profusão de anões, gigantes e elfos. Eis aqui uma das principais "raízes" das modernas sagas de RPG.