As lutas pela produção de modos de ser intensificam-se no mundo contemporâneo em jogos cada vez mais complexos e ambíguos, difíceis de serem apreendidos. Neste contexto, múltiplas pressões por reformas têm sido exercidas sobre as organizações de saúde cujas repercussões na vida das pessoas são incontestes. Diferentemente de simples arranjo parcelar e burocrático, as mudanças que são requeridas devem abrir as organizações de saúde para além das fronteiras tradicionais. Entre outros dilemas atuais, a desarticulação dos serviços de saúde, interna e sistêmica, aponta para a necessidade de novos arranjos de organização e gestão. No presente livro, a reforma considerada refere-se aos Hospitais Universitários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tal abordagem particular revela traços comuns da cultura das organizações públicas brasileiras. Os traços específicos mostram as organizações como criações que partem do que herdaram e se redefinem no movimento histórico. Neste meandro, buscamos compreender tal reforma e problematizá-la, possibilitando que subsidie outras iniciativas que possam recriar as organizações médicas e serviços de saúde.