Este livro tem como objetivo analisar as representações sociais que inserem e situam o crack como objeto de preocupação pública no Brasil e como essas representações produzem sistemas normativos que se articulam na construção social do crack e de seus usuários. A proposta é investigar o consumo de crack a partir dos marcadores da pobreza e da desigualdade, sob uma perspectiva psicossocial. Compreende-se o crack, assim, em seu uso social, em sua inserção no cotidiano das pessoas e no modo como se relaciona enquanto instrumento de interação. Por isso, trata-se de um estudo que enfatiza os sujeitos que consomem o crack em suas relações corriqueiras, nas atividades de conformação do cotidiano. Não se direciona, portanto, ao estudo das patologias e problemas decorrentes dessa prática, mas das experiências de seu uso.