Ao leitor interessado na história das instituições, sobretudo da Justiça Eleitoral e no papel transformador que ela vem exercendo desde seus primórdios esta obra é extremamente indicada. Não somente por se ater a questões relativas ao Direito, mas também por buscar analisar as relações sociais e econômicas que muitas vezes dão causa as transformações no seio da sociedade. O estudo ora apresentado, intentou, com sucesso, de modo objetivo, mostrar como a Justiça Eleitoral foi fundamental para a melhora dos níveis de democracia, se adequando à situações que, muito embora tivessem o condão de aniquilá-la, serviram para fortalecê-la como instituição perante a opinião pública, haja visto, o zelo pela qual busca-se extrair o mais cristalino dos direitos do cidadão, o voto, livre de pressões que tentam deturpar a vontade do eleitor, demonstrada pelo o que se convencionou chamar de verdade eleitoral. É isto que dá nome a referida obra, entre o autoritarismo e a democracia. Casos atuais como Lei da Ficha Limpa, verticalização das coligações, entre outros, também são analisados para mostrar a força atual, muitas vezes exagerada e transbordando de sua competência, da Justiça Eleitoral. Para aprofundar, ainda que em breves linhas, traça-se um paralelo com este mesmo tipo de instituição em outros países com realidades históricas e sociais de algum modo similares, buscando alternativas e ponto em comum dos que hoje se encontram em estágio de democracia plena, para quem sabe, incorporá-los em nosso ordenamento visando a melhora ainda maior da Justiça Eleitoral e consequentemente de nossa democracia.