Em pouco mais de trinta anos de vida, a Granta inglesa tratou dos mais diversos assuntos: viagens, família, dinheiro, crimes, celebridades. Lançou edições com títulos sugestivos, como "Histórias de amor" e "Aqueles que amamos", mas nunca havia dedicado um volume exclusivamente ao tema do sexo. "Nunca o sexo, a mais secular obsessão, foi tema da Granta inglesa - até o número 110, publicado no início de 2010, matriz desta nossa versão brasileira. Há mais de trinta anos a revista elege um assunto central para suas edições, do mais tangível - dinheiro, comida, crime, viagens - ao mais difuso e sutil, como os que entrelaçam números dedicados a "Histórias ocultas" (85), "Achados e perdidos" (105) ou "Verdades e mentiras" (66). Finalmente, sexo: com ou sem metáfora, o ato, as variações sobre o fato, como ponto de partida para a criação literária. Oito autores estrangeiros e sete brasileiros dão conta do recado", escreve Isa Pessôa na apresentação da revista que a Alfaguara lança no Brasil em novembro de 2010. O conteúdo do sexto número da Granta em português, no entanto, é distinto do original. Entre os autores estrangeiros, foram selecionados alguns da edição 110 e incluídos outros, de volumes anteriores, emblemáticos para a revista. É o caso de Lynn Barber, cujo relato Educação foi publicado na Granta 82, e de dois autores novos e promissores, Nell Freudenberger e Gary Shteyngart, incluídos pela revista na lista dos melhores jovens escritores norte-americanos (publicada, no Brasil, na primeira Granta em português). "Pela primeira vez, publicamos poetas brasileiros em nossa edição - Chacal abre o volume com "VCVC", poema de circularidade lúbrica. Inevitável ainda convidar o pornopopeico Reinaldo Moraes para escrever sobre sexo: ele evoca a São Paulo dos anos 1980 para nos fazer gargalhar com "O Apocalipse segundo Pirandello". Apenas insinuando o tema, em ficções inéditas, aqui estão outros autores de tão potente calibre como Luiz Vilela e Rodrigo Lacerda", completa Isa. Concebida por Michael Salu e ilustrada por Billie Segal, a capa da sexta edição de Granta em português reproduz a da Granta inglesa.