São as experiências vividas na infância que perseguem as pessoas inteligentes durante toda a vida. Elas as querem de novo – a mesma inocência, o mesmo encantamento, a mesma beleza. Agora essas experiências são um eco distante, algo que parece ter sido visto num sonho. Mas a essência da religiosidade nasce da busca dessas experiências infantis do encantamento, da verdade, da beleza, da vida e sua formosa e envolvente dança. Nas canções dos pássaros, nas cores do arco-íris, no perfume das flores, a criança vai se lembrando profundamente que ela perdeu um paraíso. Os inteligentes, os sensíveis, os criativos continuam sendo perseguidos pelo paraíso que conheceram um dia e que continua com eles apenas como uma lembrança distante e inacreditável. E eles começam a buscar aquilo de novo. A busca pelo paraíso é a procura pela sua infância. É claro que seu corpo não será mais infantil, mas a sua consciência pode ser tão pura como a de uma criança. É este todo o segredo do caminho místico: torná-lo novamente uma criança, inocente, despojado de todo conhecimento, sem saber de nada, e ainda assim ciente de tudo o que está à sua volta, profundamente maravilhado e sentindo um quê de mistério que não pode ser desvendado.